sábado, 10 de março de 2012

Castelo.

Nós dois fomos tanto, que tenho medo de perceber que na verdade não chegamos a ser nada.  Evito percorrer as ruínas do nosso castelo, seria doloroso demais atravessar aquelas portas em que está encravado o nosso riso, ou quem sabe escancarar as janelas em que o nascer do sol revive todos os dias o que vivemos, trancafiados por aquelas grades, nunca além. Sonhava, em um dia caminhar contigo nos jardins, ou quem sabe, com ousadia tamanha, atravessar aqueles portões e correr para uma vida no mundo real, antes que a utopia nos agarrasse pelos braços e nos arremessasse, juntos, mais uma vez, sem ver o sol.

Tânia F.

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