segunda-feira, 7 de maio de 2012

Eu quero, mas não quero.

Garoto, não venha até mim com seus assuntos banais e atenções esporádicas. Não preciso de declarações forçadas ou de palavras impossíveis. Porém, confesso que tenho adorado a sensação de procurar infinitas palavras em minha mente, e ainda assim, continuar muda. Você não sabe, mas a cada dia se mostra mais errado e mais certo. E eu ando te querendo de um jeito meio bobo, meio torto. Te quero tanto e tão pouco, te quero agora e insisto em te adiar ao máximo. Eu quero, mas não quero, ou simplesmente não sei quando. Te quero demais e tenho certeza que quando te ver terei de pedir que volte de onde veio e espere mais um ano, ou oito. Até que eu saia do forno e esteja verdadeiramente pronta pra mim. Porque eu te evito, eu te afasto, temendo que um dia, depois de todas essas tentativas você consiga estourar essa bolha que insisto em me trancafiar. E se você você for melhor que esse meu mundo imaginário? Se eu me identificar mais com você do que com toda essa utópica solidão que me faz companhia todos os dias? 

 Tânia F.