quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Sobre o que não sei.

Eu me envolvo em uma casca dura. Eu me recolho em mim mesma. Me finjo de forte. Crio mundos internos onde sou soberana e habitam meus eus. Finjo estar no controle da minha própria vida só pra poder me preocupar com algo que não seja o dia em você virá.

Não me desespero, nunca consegui ser assim. Sou minha demais, pra me doar à alguém por tédio, pra querer alguém pela metade, ou aguentar amor gelado. Não tenho disposição pra desejar simplesmente porque tem músculos, ou bens. Nunca quis conseguir ter um amor de uma noite, grudar lábios por não ter nada melhor pra fazer, me apegar à fantasias. Também não espero que alguém se apaixone sem que eu saia da casca. Sem me desvendar, me descobrir. Não espero um coração de alguém que não se encante fácil, que não sorri pra vida, que não crie laços, que não me faça rir.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Inteiramente minha.

Durante incontáveis dias senti falta de algo, e faltaram-me palavras para explicar à mim mesma o que era. Nunca soube. Ingenuamente acho que acreditei que todos, de alguma forma, perteciam. E durante muito tempo apenas essa explicação bastou à mim. Não interessava-me e nunca interessou-me ir mais fundo, saber se perteciam à um lugar, à uma história, à alguém. E procurei, durante muito tempo, também pertencer. Custou-me descobrir que eu estava errada, e meu erro não foi trágico ou melancólico, foi simplesmente o erro mais belo que pude cometer. Eu não pertenço à algo. Não. Sou minha.