terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Se for pra ser você, corre e vem ser.

Vem alterar meus dias, vem fazer eles serem estranhamente mais curtos com a tua presença. Transforma tudo em risada, faz com que eu me sinta mais leve. Vem e bagunça tudo agora, faz eu me sentir boba por pensar em você. Não tenho a pretensão de te ter a vida inteira, só deveríamos ser nós agora. O amanhã é tão incerto. Mas acalma, o amanhã será o nosso agora também, o amanhã não existe! Tenho uma urgência em mim que não permite mais que a vida seja branda. Então, se for pra ser você, corre e vem ser.

Tânia F.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Quebradiça.

Eu não suporto parecer frágil. Não suporto que venham a mim com abraços forçados procurando acalentar algo que não merece conforto, que não deveria nem incomodar. Preciso aprender a inventar a fina meiguice e delicadeza quando ela não bate à porta por vontade própria. Não pense que não sou doce, pois sou açucarada até demais. Só não suporto que doçura ao ver alheio seja sinônimo de fragilidade. Não consigo suportar a idéia de parecer frágil. Principalmente porque nos raros momentos em que sou (ou verdadeiramente aparento) o que necessito são palavras verdadeiras, ainda que cruéis. Ainda que me partam, me rachem. Isso me endurece com o tempo. Prefiro isso à promessas falsas e conselhos clichês.

Tânia F.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O novo e doce sentir.

Eu já havia esquecido o quanto os olhos poderiam ser verdadeiros e os carinhos, suaves. Eu já havia esquecido o quão doce era sentir.

Olhar a lua com você a deixa incrivelmente mais bela. Andar de mãos dadas contigo faz o caminho inexplicavelmente mais curto. Mas quero viver com você. Quero as chuvas mais geladas e o sol mais quente. Porque ao teu lado as cores são mais fortes, e as coisas mais lindas. Eu passei a manhã toda olhando o teto e procurando entender quando a vida saiu de seu curso, quando eu preferi não ser mais individual. Creio que foi no mesmo momento em que senti o salto dado pelo coração, assim que você encostou seu nariz ao meu e sorriu. Sensação de difícil explicação, inefável.

Eu já tive tanto carinho que julguei amor, que percebo o quão diferente de tudo és. Ao teu lado esqueço o vazio que persistia aqui. Eu parei de querer viver as fantasias, porque contigo entendo o que é real. Tenho a certeza de que tudo só me fez melhor pra você, mesmo sem entender quando eu deixei de ser metade e preferi ser nós.

Tânia F.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Ainda bem que escrevo - e sinto.

Escrever é retirar um pedaço da alma e atirar ao mundo. É deixar-se à mostra, se virar do avesso. É tirar de si o que grita e cala. É mastigar um sentimento para outros engolirem. É entregar-se à um mundo de devoradores, é saber que te consomem, que te sentem, ou que não se importam. Escrever é libertador e prisioneiro. É dar-se em letras à alguém, é cuspir o sentimento engasgador, é ler uma vida, é tornar-se decifrável. É fazer com que cada ser sinta o que antes era sentido sozinho.

Tânia F.

23:59

Não sei se ainda quero que o tempo passe. Eu quero mudar o imutável, eu insisto no inexistente, eu sou quem empurra e tenta incansavelmente frear os ponteiros incontroláveis desse relógio da vida, que insiste em continuar girando. Eu quero adiar os dias, as despedidas e tudo mais que seja cômodo. Ou pior, eu quero permanecer no incômodo. Eu quero o novo dia na vida velha, eu quero os novos momentos com as lembranças antigas. Eu quero as novas pessoas na fila de espera, porque ainda não sou suficientemente boa para substituí-las. Não estou aberta à novos contratos, ainda não estou aceitando novos currículos, sou essa hoje e amanhã. Depois, não sei. Tenho medo da mudança do novo e temo a despedida do antigo.

Tânia F.