sábado, 3 de dezembro de 2011

Ainda bem que escrevo - e sinto.

Escrever é retirar um pedaço da alma e atirar ao mundo. É deixar-se à mostra, se virar do avesso. É tirar de si o que grita e cala. É mastigar um sentimento para outros engolirem. É entregar-se à um mundo de devoradores, é saber que te consomem, que te sentem, ou que não se importam. Escrever é libertador e prisioneiro. É dar-se em letras à alguém, é cuspir o sentimento engasgador, é ler uma vida, é tornar-se decifrável. É fazer com que cada ser sinta o que antes era sentido sozinho.

Tânia F.

2 comentários:

  1. (...) Escrever é vomitar o que jamais fora consumido. É mostrar o interior que escorre pelos dedos na tinta profana, no teclado gasto, nas construções frasais que ferem, agonizam. É o perfeito desencontro do corpo com o Universo nele. É a voz gritante, insistente, jamais ouvida, jamais falada, ainda que rasgue e dilacere as veias.
    Escrever é se vestir de tinta, mas é também despir o que roupa nenhuma veste.

    PS: Amei.

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  2. Escrever é costurar suas cores no mundo; juntar sua Alma ao palco do tempo e dos versos.

    Uma delícia de prosa poética! Parabéns! :)

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