sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

"Bonita e breve."

Entendo borboletas, que passam por todos sem chegar perto, que sentem apenas o perfume e se apaixonam a cada dez segundos por um olhar que a contemple, talvez porque sua essência seja ser breve e fugaz, ou nem seja, vai ver esse é o único modo que sabe viver, ou que viveu, até hoje.

Quando vejo uma borboleta, em sua completa liberdade, cruzando ventos, beijando flores, parando em qualquer lugar a hora que quiser, tenho certeza que ela entende - muito mais que nós - o quanto a vida é efêmera. O quanto a liberdade importa, o quanto se deve aproveitar. O que significa cada vez que o sol aparece de novo e sempre diferente no horizonte.


A maioria das borboletas vivem apenas algumas semanas, e eu já contemplei centenas. Perco muito tempo admirando o bater de suas asas, e o tempo delas está entre o meu, são partes de mim, sou parte delas. Os voos nunca não iguais, nada é. E elas sabem. Sofro metamorfose na mesma medida que elas quando nos encontramos, quando decidimos sair do casulo, ou quando o sol reflete uma cor diferente nas suas asas. Na verdade, nunca foi tempo perdido, eu contemplei milhares de segundos de suas breves vidas e soube aproveitar a beleza de todas elas. Estranho é quem não entende todo o encanto. Elas decidem a própria vida, escolhem os seus momentos, fazem o que querem sabendo a importância única de cada dia. Se escondem até decidirem se mostrar, e com a paz de um recém-nascido voam lindas, delicadas, elegantes... despercebidas. Se eu saísse do meu casulo e tivesse apenas poucas semanas, será que eu conseguiria com a mesma graça e leveza, encantar apenas sendo livre?

Tânia Quaresma.

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